Quando era criança, ouvi que não poderia ser bailarina, pois meus pés não eram bonitos. Sempre acreditei que só poderiam participar de concursos de beleza garotas altas, magras, loiras e de olhos azuis. Eu, nos meus pouco mais de um metro e meio de altura nunca me vi ocupando o posto ou recebendo o título de ser uma bela mulher. Ao mesmo tempo, percebi que muitas pessoas (tanto homens, quanto mulheres) cresceram ouvindo as mesmas “ regras” que eu. Vi turmas e turmas de jovens inseguros que buscavam a autoafirmação perante a humilhação de outros de outros que talvez não fossem providos dos tais atributos que fazem com que te considerem belo.
Sempre estive na turma dos chamados “patinhos feios” e aprendi a soltar o meu lado mais palhaça e a me desenvolver mais intelectualmente para poder me sentir relevante em algum aspecto. Percebi também, que quanto mais amadureci e mudei, as atenções e os olhares começaram a se voltar para mim. Estranhei, mas segui a vida.
Há algumas gerações temos aprendido que devemos ser assim ou assado para sermos aceitos. O que me alegra é que hoje vejo muitos jovens indo para as baladas com as roupas que lhes parecem mais confortáveis, vejo cada um seguindo o seu estilo ou, simplesmente, nenhum estilo, buscando apenas ser feliz.
Vejo jovens mais tolerantes às escolhas dos amigos, mais cachos volumosos à solta, biquínis de todos os tamanhos desfilando em diferentes modelos de corpos e baixinhas cada vez mais com tênis e sapatilhas.
Ainda acredito que os adultos que estão vindo aí podem fazer um boa diferença nesse mundo cheio de raiva e intolerância. Onde você só pode ser feliz se tiver a etiqueta de fábrica.