Como em um filme de aventura, ele achou que seria heróico deixa-la ir e ficar aí sofrendo sozinho. Bem, aqui é a vida real e quem sempre quis ver vocês dois separados, aquelas pessoas amargas que se importam mais com a infelicidade alheia do que com as próprias alegrias, conseguiu. E ele, na sua eterna apatia, não moveu um dedo para evitar essa queda infinita, essa quebra definitiva. Aquele jovem simplesmente optou pelo mais fácil, assumiu o seu comodismo. Bom, pelo menos assim, ela já pode saber o tamanho do sentimento que ele tantas vezes dizia ter por ela. Desse jeito vai ficar na cara que amor, não era. Até porque, o que ela sente por ele sempre soube ser amor e ela entende que o que é de verdade não vai acabar logo assim e muito menos por bobagem.
Ela sabia que era amor, pois era ela quem ficava noites em claro, pensando, esperando por uma resposta, por um esclarecimento que nunca veio. Enquanto ele já estava a curtir a tão sonhada, mistificada e supervalorizada liberdade. Aquela que ele tanto queria e achava ser tão especial. Mas quando ele fecha a porta de casa atrás de si, quem lhe espera para jantar, são a solidão e a sua culpa. Crias dessa tal liberdade, misturadas à ânsia de ir em busca de algo que devia estar nele mesmo.
Aí vai a grande novidade: ser livre é estado de espírito, não estado civil. Não sejamos crianças e infantis para acreditar que algo ou alguém está nos prendendo. Estamos ali porque querermos, mesmo que haja a dificuldade de admitir.
Ele não estava pronto para viver um amor de verdade. Já ela, ela era aquela que sabia muito bem o que estava fazendo e tinha as suas decisões tomadas. Ela quer seguir sempre em frente e aproveitar a vida na companhia de quem também sabe amar. Compartilhar os melhores momentos com quem sabe que a grama do vizinho nem é tão verde assim e que lá também existem algumas ervas daninhas, mas que com cuidado e carinho, as flores irão desabrochar e as borboletas, aparecer.
Muitas vezes percebemos isso tudo depois de muito vacilar. Talvez ele veja isso quando ver o quanto ela pode ser feliz em outro lugar. Nessas horas conseguimos dimensionar o tamanho do que deixamos para trás e como isso não pode ser substituído.
Deseje boa sorte para ele, amiga. Algumas pedras surgiram no caminho e ele preferiu mudar de rumo, sair correndo, fugir. Preferiu render-se às dificuldades do que entregar-se a esse amor. Aproveita, que o mundo é seu.
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