Querida amiga, eu entendo como você se sente. Na verdade eu sei sobre muitas das coisas que você sente. Entendo a sua dor, compreendo a sua esperança ao conhecer cada nova pessoa, ao dar novas oportunidades a todos os que chegavam perto de você, entendo a sua ingenuidade ao achar que desta vez seria diferente, que tudo ia mudar e conheço muito bem o sentimento de frustração ao ver que não, nada foi diferente, ao perceber que você foi feita de boba mais uma vez, que novamente a crueldade ou a indiferença dos outros a magoou, a feriu.
Sei como é, entendo você.
Entendo quando a gente escolhe acreditar naqueles que dizem que são legais, que são diferentes. Mas a vida sempre mostra que eles não são, que ninguém é. E agente sempre se repete que a culpa não é nossa, que isso vai ficar na consciência de quem nos desrespeitou, mas não fica, fica na nossa cabeça 24 horas por dia. Quando a gente acorda e quando vai deitar. A gente até sonha com isso, não é verdade? Quando sonha, é claro. E nem sei posso chamar isso de sonho. Poderiam ser medos, lembranças, pesadelos, mas não sonhos.
E a gente cai repetidamente nessas armadilhas, porque é ingênua. Sempre acredita que não é possível ser todo mundo igual, que isso não pode acontecer de novo e abre as portas do nosso coração e da nossa vida. Dá espaço, dá atenção e até amor. Para que? Para ficar no vazio, conviver com a certeza de estar sempre inadequada nos espaços que ocupa. Para pensar que isso é só com você, que esse tipo de alegria jamais vai bater à sua porta, que isso é para os escolhidos e, bom, não foi dessa vez, você não é uma delas.
Eu te entendo amiga, e te digo que dói sempre, todos os dias e sei como tudo às vezes perde a cor e o significado e, por mais que te tentem fazer acreditar no teu valor, a gente não enxerga, simplesmente não acredita. Porque quem diz isso, também não quer estar com você de verdade, também escolheu ficar com outro alguém.
Eu realmente sei como dói e te apoio. Por você vou suportar mais um dia, resistir a mais uma provocação, levantar após mais uma decepção, tentando manter a alma calma e o coração doce. Quem sabe um pouco mais de esperança teria te salvado ou será que foi isso mesmo que acabou com você? A esperança de terminar com todo esse sofrimento.
Sigo tentando viver, não sei se isso um dia vai mudar ou se vai melhorar, se essa tal felicidade um dia vai bater a minha porta. Sei de duas coisas, uma é que podemos ir fazendo a nossa própria felicidade pelo caminho e de outra é que vou continuar seguindo, sempre juntando os cacos desse meu coração despedaçado.
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