Ele veio chegando de mansinho, meio quieto e muito interessado no que eu tinha a dizer. Eu fui entrando naquela história, pois era tudo o que eu queria para mim.
Ele trouxe flores, bombons dos meus sabores preferidos e ligava a toda hora para saber como estava sendo o meu dia. Era um conjunto de todos os clichês que eu poderia querer. Mas como todo o clichê não é algo tão verdadeiro assim,o que eu achava que era amor virou outra coisa, qualquer coisa vinda de alguém que ainda não havia aprendido a lidar com as suas sombras, fantasmas e com a sua solidão. Era alguém que queria um colo de mãe, não o amor de uma mulher.
E eu, que já tinha embarcado no "primeiro avião com destino à felicidade", me vi sem chão, sem entender o que estava acontecendo. Fiquei perdida e confusa ao ver que tudo o que eu vivi em todo aquele tempo havia sido um teatro. Tudo o que eu achei que fosse verdadeiro não passou de um jogo, um baile de máscaras onde apenas eu fui sem fantasia.
E ele se foi. Quando pedi que ele retirasse aquela máscara que cobria as suas verdadeiras feições e desejos, ele disse que não estava pronto e evaporou. Deixou um vazio no meu peito e a descrença em minha mente.
Mesmo com tudo isso, mesmo sabendo que nesse baile que é a vida todos querem usar a mesma máscara, eu continuo procurando quem, assim como eu, veio para a pista de dança sem disfarces.