As certezas se perdem em meio a tanta informação, em meio a tanta confusão, em meio a tamanho desalento. Quero chegar lá, sei onde é, mas enxergo o caminho muito distante, muito embaçado, como se estivesse atrás de uma janela em uma casa suspensa, de onde não consigo sair, não consigo gritar e não consigo aparecer.
A discrição sempre fez parte de mim, sempre foi a minha marca, mas isso não significa que não quero ter o meu lugar ao sol, que não quero estar lá, que não quero sair daqui.
A impotência sempre esteve ali e se mostra apenas quando você acha que vai conseguir, quando tudo parece que vai dar certo.
Então vem a desilusão, um cálice cheio de promessas não cumpridas, de prazos expirados e de planos jogados ao chão. Tudo o que você imaginou não acontece ou acontece e fica muito longe de seus sonhos. Rajadas de vento que sopram o nosso balão para o lado oposto.
Depois de sermos desviados da rota, vem o conformismo, aquele que nos abate e nos faz tentar ver o lado remediado das coisas para seguir em frente com o que se tem. Um gosto que não desperta o paladar, um cheiro que não traz nenhuma lembrança especial e um vazio, aquele vazio que fica quando não se sente completo, quando faltam portos seguros.
E, de derrota em derrota, de desistência em desistência, de apatia e medo de começar de novo, se chega a lugar nenhum.