SINOPSE: “Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele 'lugar ruim', Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um 'tempo separados'. Tentando recompor o quebra-cabeça de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com o pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.”
Lindo, lindo, lindo!
Eu já havia assistido ao filme e me encantado com a história de Pat e Tiffany, justamente por isso comprei o livro. Uma amiga me contou que o filme não segue a risca o desenvolvimento do livro, então decidi que valia a pena a leitura.
Podemos dizer que você pode encontrar todo o filme dentro do livro, mas este último te passa muito mais dos sentimentos de Pat e sobre a forma como ele vê o mundo. É possível ficar ainda mais sensibilizado, pois a história é narrada do seu ponto de vista e vamos descobrindo tudo o que está acontecendo ao seu redor ao mesmo tempo que o protagonista.
Os personagens são descritos pela ótica infantilizada de Pat que teve sua memória e lembranças prejudicadas por um forte trauma e por um período de internação para tratamento em uma clínica. Acompanhamos a sua rotina e a sua luta para se tornar uma pessoa melhor e poder voltar a ficar junto de sua mulher, Nikki. Percebemos que Pat está visivelmente alterado, mas mesmo assim é inevitável torcer pela sua felicidade.
Ao conhecer Tiffany, Pat acredita que ela é apenas um empecilho na sua rotina, mas junto com ele, conseguimos ver o quanto eles podem ajudar e apoiar um ao outro. As histórias que acontecem após o primeiro encontro dos dois é uma sequência de erros e pequenos acertos de quem só quer encontrar a felicidade e o lado bom da vida.
Como romance, achei a história muito bonita e admito que uma lágrima enxerida escapuliu. Como lição de vida, o livro pode ser até um guia sobre como compreender as pessoas e entender que cada um tem a sua dor, os seus traumas e as suas próprias lutas. Vemos a importância de ter alguém por perto e como os amigos podem ser conhecidos nos nossos momentos de dor mais profunda. Compreendi também como é difícil se colocar no lugar do outro, mas que esta disponível para ajudar e apoiar pode ser um diferencial.
Uma das frases que mais me tocou na história, é a que Pat repete muito para si mesmo quanto tenta controlar os seus impulsos e diz que agora o que importa “é ser gentil e não, ter razão.” Percebi o quanto podemos magoar os outros apenas para comprovar as nossas verdades e que no fim, se isso faz com que os outros se afastem de você, não faz nenhum sentido. Praticar a gentileza deveria ser o exercício diário de todos nós.
O desfecho do livro me deixou triste e feliz ao mesmo tempo. Não vou contar para não dar spoiler, mas para quem apenas assistiu ao filme, não é bem como vimos na tela, na última página entendemos a definição de amor na visão Pat e vale a leitura para ver como é rica a história contada pelo autor.
Para quem ainda não teve a oportunidade de assistir ao filme, leia o livro antes. Acredito que a curiosidade para entender essa cara vai ser ainda maior.
Matthew Quick - Editora Intríseca - 256 páginas