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O Horror de Dunwich - Resenha

28/01/2015 - Fábio Bachi
#terror #blog #Fabio Bachi #suspense #resenha

H.P. Lovecraft. Nunca ouviu falar? Então você não sabe o que está perdendo. Não tem nada a ver com amor ou com o Harry Potter (o que eu ia achar ótimo, por sinal ;P). O cara foi um autor norte-americano que revolucionou o gênero de terror no início do século XX.
A resenha do Fábio traz hoje uma das histórias do autor de terror O Horror de Dunwich, na série: “Dos livros que a medrosa aqui não vai ler”. Curte aí e quem leu conta o que achou!
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Então, finalmente eu li um livro do Lovecraft. E um baita livro, que me deixou receoso, curioso, ansioso, tudo isso de uma maneira boa. Mas também me deixou um pouco frustrado. O livro começa descrevendo o povoado de Dunwich como um lugar sombrio, que não cresce como outros lugares vizinhos, e cheio de lendas e contos assustadores. Perto dali, existe um círculo de pedras, que mais pra frente no livro, é utilizado como ponto de início de todos os horrores do livro. 


Quando eu falo em horrores, não falo de uma maneira ruim, quero dizer que são coisas realmente assustadoras, que são de certa maneira, inconcebíveis à minha cabeça, mesmo tendo descrições tão minuciosas. Inclusive, essa é a única coisa que me incomoda no livro: as demasiadas explicações. A história realmente começa a acontecer na metade do livro. Até lá, conta-se sobre o povoado e a família Whateley (os responsáveis por trazer os “monstros” para Dunwich). Entretanto, eu entendo a complexa necessidade dessas características tão detalhadas de cada objeto, personagem e criatura: se mesmo descrevendo tanto, não se consegue imaginar por completo os horrores, imagine se Lovecraft os descrevesse menos.
Durante a primeira metade do livro, todo o suspense se dá ao redor do velho Whateley e de seu neto, Wilbur. O neto é descrito como uma criatura realmente estranha, ele cresce anos em questão de meses, tem conhecimentos de adultos, babulcia em idiomas estranhos e possui uma aparência de bode. Quando chegamos à metade do livro, um acontecimento relacionado ao Wilbur muda todo o rumo da história. Novos personagens são introduzidos, o Necromicon é citado inúmeras vezes, uma nova ameaça – antes apenas um rumor – toma grande importância na história e muda o rumo de tudo. Pra mim, aí que começa a ficar interessante de verdade. A nova ameaça ataca e não é vista, deixa rastros gigantes, e vem com a profecia de que a sua missão é abrir um portal para mais criaturas de seu tipo chegar a nós trazendo o apocalipse consigo.


O final deixa no ar a ameaça dessas criaturas. E que ameaça: no clima do livro, a simples frase “[...] exterminar a humanidade e arrastar a Terra para algum lugar inominável por alguma razão inominável [...]” me deixou completamente desconfortável, mostrando a força e o poder de tais monstros. Percebo agora, que eu estava com uma expectativa errada sobre o livro. Ele não foi feito para dar sustos, ele não foi feito pra te fazer tremer. Ele foi escrito pra te deixar desconfortável, desconcertado, intrigado e principalmente, frustrado, por não conseguir imaginar por completo as abominações citadas.

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