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Morte Súbita - Resenha

12/08/2014 - Taíla Quadros
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Para os fãs (assim como eu) da autora JK Rowling, aí vai o aviso: não tem nada a ver com Harry Potter. Já aviso logo de cara pois sabe como é, quando um autor faz um trabalho como o dela e possui fãs por todo o mundo, é inevitável esperarmos uma pitada do mundo dos bruxos que tanto gostamos, nem que seja para ficarmos com um gostinho de quero mais. O aviso já foi dado, vamos à resenha.


Como já dito, o livro Morte Súbita foi escrito pela autora JK Rowling, famosa por ter criado a saga de Harry Potter, o livro agora trata de um mundo sem magia, cru e sem pena. A história se passa em um distrito de uma cidade do interior da Inglaterra, Pagford. A localidade possui um conselho que decide as melhorias e mudanças que ocorrerão no local. A história para o leitor começa no dia do aniversário de casamento de Barry Fairbrother, um dos conselheiros do distrito, ao sair para jantar com a sua esposa, ele tem um mal súbito e morre. E aí já temos o título do livro. O que vemos a partir daí é como essa morte afeta a vida de diversos personagens do vilarejo. Desde outros conselheiros, até famílias carentes que recebiam o seu auxílio e admiradores. Confesso que demorei a decorar o nome de todos os personagens envolvidos e os seus núcleos. São citadas pela autora mais de 7 ou 8 famílias que em determinados momentos da história tem as suas ligações apresentadas.


Até certo ponto do livro achei a história um pouco maçante, parecia que nada de novo aconteceria, até que começam as ser exploradas de forma mais profunda a intimidade de alguns personagens. Saber como cada um se sente diante de cada acontecimento e ler as várias versões do mesmo fato é enriquecedor. A autora, no decorrer da obra, aproxima cada vez mais os laços que unem todas as pessoas retratadas e me senti cada vez mais envolvida pelo que estava por vir. A realidade dura e crua bate à porta e podemos entrar nos pensamentos que cada um deles tenta a muito custo admitir e não deixar transparecer. Sentimentos de revolta, acomodação, covardia e desespero pelos mais diferentes motivos, me instigaram a sempre querer ler um pouco mais. Alguns acontecimentos chegam a ser chocantes, principalmente, por sabermos que muitas pessoas passam por situações mais miseráveis do que lemos todos os dias.


A mistura entre as classes sociais da cidade e a relutância dos cidadãos abastados em aceitar e auxiliar os menos favorecidos fica explícita em personagens que você pensa serem “bonzinhos”. Isso é outra coisa que me prendeu muito à história, mesmo o personagem mais altruísta, possui o seu lado mesquinho e egoísta e quem sempre foi visto como santo, também mostra as suas garras. Estas que ficam sempre muito bem escondidas na tentativa de preservar a moral e os bons costumes de uma cidade extremamente tradicional e conservadora.


O final da história deixa aquele embrulho no estômago, pois nos lembra mais uma vez que não existem super-heróis, mocinhos ou vilões e que a nossa fragilidade fica exposta como carne viva diante da vida real. Somos vítimas de outras vítimas. Vítimas de nós mesmos, do nosso egoísmo e da nossa pequenez.


Recomendo a leitura, principalmente para quem gosta de histórias que abordam de forma profunda o psicológico dos personagens e as nossas próprias fraquezas. Eu comprei a edição econômica da editora Nova Fronteira, o texto é integral nas suas 651 páginas, mas com o papel mais simples na capa e miolo do livro.


Minha vontade é de continuar escrevendo, mas vou deixar vocês descobrirem a história.

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