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Jogos Vorazes - A Esperança - Resenha

24/06/2014 - Taíla Quadros
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Encantada. Assim que fiquei ao terminar a leitura do último livro da triologia Jogos Vorazes - A Esperança.


A forma como acontece o desfecho dos acontecimentos de toda a história me deixou pensativa por vários dias. Não vou fazer uma análise baseada no que eu gostaria que tivesse acontecido ou não. Vou falar sobre os sentimentos e impressões que tive com a leitura. Disse que fiquei encantada e esse tipo de leitura que eu considero de qualidade, aquela forma de arte que provoca emoções, que nos faz pensar, que nos revolta por não ser como o leitor imagina, que te dá vontade de pedir para o autor: e porque não foi desse ou daquele jeito? Será que o personagem X está feliz com o que você decidiu para ele? Esse era o único desfecho possível ou era o mais próximo do real.


Fugindo das analogias simplistas de a Katniss ficou com essa ou com aquela pessoa por causa disso ou daquilo, acho que dentro do padrão que tiveram os três livros não poderia ser muito diferente. Finais de contos de fadas não combinam com um país pós-guerra, com intrigas, golpes, onde não se sabe em quem acreditar.


É mostrado que a protagonista não é necessariamente uma heroína e sim, um peão, assim como todos nós, uma peça em um jogo que começou muito antes da nossa existência. Em meio a toda a loucura crescente, tentamos levar a nossa vida normal, da forma mais confortável possível. Kat tenta sobreviver à sua realidade, cresceu em um contexto onde sonhos e esperanças não podem ser cogitados. O que importa é ter o que comer para o dia de hoje e ponto. Sem muito conhecimento sobre a real situação de todo o país, ela se revoltou quando a injustiça do sistema vigente atingiu a sua própria família, mostrando que nos anos anteriores ela apenas assistia as tragédias dos seus conterrâneos, sabendo que nada poderia fazer para interferir.


A ironia de tudo ter começado para salvar a vida da sua irmã, chega a ser dolorida no fim da história, cada ato tem inúmeras consequências e ela passa a perceber que não depende só dela. O material para a revolução já existia, ela foi apenas a faísca que disparou todos os acontecimentos.


A história continua sendo de fácil leitura e espero que todos possam perceber que isso vai além de uma simples guerra, as reflexões do livro nos mostram os detalhes, a forma como o que pensamos e fazemos podem influenciar nessa cadeia de ações. E que as relações dos seres entre si vão além de um lindo olhar ou de um corpo musculoso. O que nos dá sustentação vai muito mais além, é quem está ao seu lado, é quem acredita em você, é quem te protege mesmo você não merecendo.


A astúcia da Kat apesar de toda a confusão que criam em sua mente continua existindo.  Seu temperamento difícil, também. Vale muito a pena a leitura, cada personagem tem seu próprio desfecho. Seja passando a fazer parte de tudo o que um dia abominou, seja tentando se recuperar de todo o sofrimento imposto pela Capital. As marcas ficam no corpo e na mente de todos os participantes dos Jogos Vorazes, o medo nunca vai embora e as perdas não podem ser substituídas, o que se pode fazer é reunir forças para seguir em frente, pensar em si e ter esperança de que, um dia, a humanidade dê valor ao que realmente importa.


A quem achou ruim o fim, pense, como as pessoas são tratadas em nossa sociedade? O que importa o caráter ou o dinheiro, o status? O que você faz muitas vezes é esquecido. Não é só em Panem que a realidade é difícil.


Em tempo: adorei a referência ao pão (Panem) e circo como nome do país e a explicação não poderia ser mais clara.

 

Leia também:

- Jogos Vorazes

- Jogos Vorazes: Em Chamas

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