SINOPSE: “No princípio, Deus criou a luz, as galáxias e os seres vivos, partindo em seguida para o eterno descanso. Os arcanjos tomaram o controle do céu, e os sentinelas, um coro inferior de alados, assumiram a província da terra. Relegados ao paraíso, ordenados a servir, não a governar, os arcanjos invejaram a espécie humana, então Lúcifer, a Estrela da Manhã, convenceu seu irmão Miguel, o Príncipe dos Anjos a destruir cada homem e cada mulher no planeta.
Os sentinelas se opuseram a eles, foram perseguidos e seu líder, Metatron, arrastado à prisão, para de lá finalmente escapar, agora que o Apocalipse se anuncia. Dos calabouços celestes surgiu o boato de que, enlouquecido, ele traçara um plano secreto, descobrindo um jeito de retomar seu santuário perdido, tornando-se o único e soberano deus sobre o mundo.
Antes da Batalha do Armagedom, antes que o sétimo dia encontre seu fim, dois antigos aliados, Lúcifer e Miguel, atuais adversários, se deparam com uma nova ameaça uma que já consideravam vencida: a perpétua luta entre o sagrado e o profano, entre os arcanjos e os sentinelas, que novamente, e pela última vez, se baterão pelo domínio da terra, agora e para sempre.”
Como não amar alguém que faz essa dedicatória no início do livro?
Fiquei intrigada pensando em porque o Eduardo Spohr escreveu isso. Essa frase me martelou durante toda a leitura. E ela foi fazendo cada vez mais sentido ao longo da leitura. E sabe o que é o melhor? Essa não é uma obra rotulada, feminista, isto ou aquilo, é uma obra igualitária. O autor trabalhou a jornada do herói com muitas facetas. Não é sobre um mocinho que salva a mocinha, é sobre pessoas, ou melhor, anjos, sejam homens ou mulheres, que possuem um ideal em comum, são parceiros, são igualmente capazes, tanto no bem, quanto no mal. Todos protagonizam a própria história e se um ou outro personagem fica mais na sombra, servindo muitas vezes como motivação para as atitudes dos outros, ainda sim eles possuem a sua importância, o seu espaço, a sua história.
Lembram o que eu falei na resenha de Herdeiros de Atlântida que a Kaira e o Denyel não superavam a Shamira e o Ablon? Pois bem, a verdade é que não superam mesmo, se igualam. Esse terceiro livro (ou quarto), mostra o poder de todos, de amar, de se superar, de se entregar.
Muito além da fantasia, muito além das batalhas, que eu gosto muito sim, e muito além de todos os mistérios, ficam as lições, ficam os diálogos extremamente reflexivos e completamente aplicáveis na nossa vida.
Homens e mulheres, com seus defeitos e qualidades, podem sim lutar lado a lado, podem sim demonstrar fraqueza e podem sim serem ajudados. A honra está no combate, na luta, em lutar por uma causa real, com o coração. Como diz um dos personagens do livro, só um herói pode vencer uma batalha, pois ele tem um ideal. Um soldado é um autômato e só segue ordens, sem questionar, devemos ser mais do que isso. Devemos seguir o nosso próprio caminho, lutar pelo que acreditamos que é certo e sempre ficar longe dos fanatismos, que só trazem a desgraça e a intolerância.
Mais uma vez os laços de amor e amizade são fortalecidos e a força da confiança é mostrada como diferencial. Os pequenos e grandes milagres que nos salvam todos os dias, o Deus e o seu verdadeiro lugar, a justificativa para a existência do mal e, principalmente, manter as esperanças sempre vivas, são algumas das lições que aprendi com os celestes. A fé pode enfraquecer às vezes diante de tantas dificuldades, mas ela deve sempre existir se solidificar com a nossa força interior que muitas vezes nem sabemos que existe.
Sentimentos e lutas que poderiam nos trazer a um mundo melhor. Pode ser uma utopia, mas é uma utopia na qual eu acredito e espero poder fazer a minha parte, mantendo a esperança viva e semeando o amor.
Mais uma vez vemos a consequência dos nossos atos, mas que sem esses tropeços nunca chegaríamos ao entendimento que tanto precisamos.
Eduardo, você não deu um espaço às mulheres, você as colocou lado a lado com os homens e mostrou que somos sim companheiros de jornada, podemos sim confiar uns nos outros, independente das diferenças, da criação e das escolhas. Se for pelo bem, tudo vai dar certo.
Obrigada, pelo fechamento que foi esplêndido. Não darei spoilers, mas todos os personagens tiverem o seu desenrolar, a sua conclusão, extremamente coerente com a suas situações. Sentirei falta da fé de Kaira, da lealdade de Urakin, do amor incondicional de Levih e Zac, do amor de Denyel, mesmo que escondido lá no fundo, da justiça de Ismael e Yaga e de Inanna,que nos mostraram que a conversão sempre é possível, que nunca é tarde para mudar o nosso propósito e que o nosso passado pode ser reconstruído com uma nova perspectiva de futuro.
Obrigada pelos milagres e pelas segundas chances, por todas elas. Por nos fazer matar a saudade de velhos amigos também. Só tenho a agradecer. Com certeza vou indicar a leitura para todo mundo e dizer o quanto orgulho tenho em ser sua fã. Espero poder levar um pouco do que aprendi com você adiante. Já te admirava pela sua história de luta, fé e perseverança, agora, mais ainda.
Mais uma vez, muito obrigada!
Filhos do Éden: Paraíso Perdido - Eduardo Spohr - 556 Páginas - Editora Verus
Leia também:
Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida
Filhos do Éden: Anjos da Morte
Quer receber todas as resenhas do Prateleira? Cadastre-se.