Demorou mas eu conheci a autora Jojo Moyes. Já tinha ouvido falar dela por conta da obra Como eu era antes de você, que eu não li, apenas vi o filme (amei a Emilia Clarke e chorei, mas não o suficiente para querer ler o livro).
SINOPSE: Londres, 1960. Ao acordar em um hospital após um acidente de carro, Jennifer Stirling não consegue se lembrar de nada. De volta à casa com o marido, ela tenta, em vão, recuperar a memória de sua antiga vida. Por mais que todos à sua volta pareçam atenciosos e amáveis, Jennifer falta alguma coisa. É então que ela descobre uma série de cartas de amor escondidas, endereçadas a ela e assinadas apenas por “B”, e percebe que não só estava vivendo um romance fora do casamento como também parecia disposta a arriscar tudo para ficar com seu amante. Quatro décadas depois, a jornalista Ellie Haworth encontra uma dessas cartas endereçadas a Jennifer durante uma pesquisa nos arquivos do jornal em que trabalhava. Obcecada com a ideia de reunir os protagonistas desse amor proibido — em parte porque ela mesma está envolvida com um homem casado —, Ellie começa a procurar “B”, sem desconfiar que, ao fazer isso, talvez encontre uma solução para os problemas do seu próprio relacionamento.
Esse livro eu ganhei de uma prima que estava renovando as suas prateleiras. Fui ler na curiosidade e nem pesquisei sobre a obra. Achei que era algo diretamente relacionado com o Como eu era... e demorei a me tocar que não era a mesma personagem, sei lá onde eu estava com a cabeça.
A minha primeira impressão foi de que eu iria demorar muito para ler esse livro, não tinha conseguido embarcar na história de Ellie, mas quando ela encontrou a primeira carta, meus amigos, aí a coisa ficou séria. Quando entramos na história da Jennifer, eu sofri, ah como eu sofri, era tudo muito intenso, o amor, as descobertas, os desencontros, a crueldade. Nossa como eu torci e como eu devorei esse livro em dois dias lendo como uma maluca. Precisava muito saber o que iria acontecer com Jenny e Antony. Senti a dor deles como minha e queria muito poder interferir nessa história, ajudar aqueles dois, nossa como eu queria.
O livro dá uma pausa na história e volta para os dias atuais com a Ellie novamente, agora descobrindo a história de Jenny também e passando por seus próprios conflitos. Ela tem uns dilemas mais parecidos com os nossos, devido à época e me senti muito como ela quando ela faz aniversário e pensa sobre a sua vida, sobre o que sonhou para si e o que está realmente vivendo. Sobre ver todos os seus amigos realizando o plano de casamentoefilhos (como ela escreve) e você por fora disso. Vendo amigos da sua idade saindo com meninas 5, 10 anos mais novas do que você e percebendo como se vai saindo do radar, como se a partir de certa idade você já foi excluída do jogo dos relacionamentos: se não casou até agora é porque tem algum problema ou tendo que lidar com o fato de ter ao seu lado homens que não aceitam que você pense e se dedique a sua própria carreira, como se isso fosse impossível de conciliar com uma relação.
E, finalmente, quando ela percebe que está se submetendo a um amor de migalhas por medo de não ter nada. O bom é que nos livros quando a mocinha toma a sua decisão, sempre há a possibilidade de um novo amor, aquele verdadeiro que pode florescer. Na vida real a gente fica só sozinha mesmo. É migalhas ou solidão. :P Decisão dura mas valiosa que muitas mulheres têm tomado para, como diz o próprio Antony, não deixar um homem te esmagar e fazer você esquecer tudo o que você é. A autora traz duas situações distintas em que mulheres foram corajosas ao perceberem a situação em que estavam e lutaram para serem donas de si. A gente não nasce independente e tem que se livrar de muitas amarras e julgamentos. Um processo lento e doloroso, mas que vale a pena.
O livro tem reviravoltas que mexeram com o meu sistema nervoso, mas que trazem um quentinho no coração e muitas reflexões. Mais uma autora de romances que parece uma amiga e que com certeza vou querer conhecer mais obras.
Ah, e uma coisa muito lindinha é que a autora colocou antes de cada capítulo a ultima carta de amor de pessoas reais. Algumas são bonitas, outras curtas e outras até com raiva. E a gente fica se perguntando, o que será que aconteceu com essas pessoas?
A última carta de amor - Jojo Moyes - 316 páginas - Editora Intrínseca
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