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A Cidade e as Serras - Resenha

27/10/2015 - Taíla Quadros
#resenha #opinião #literatura portuguesa #livro #A Cidade e as Serras #Eça de Queiros #Editora Babel

Livro chato do caramba. Pront,o podem ir para a próxima resenha.

 

Preço do livro A Cidade e as Serras

[Para quem diz que livros são caros...]

 

SINOPSE: No campo, entre a inconsciência e a impassibilidade da Natureza, ele tremia com o terror da sua fragilidade e da sua solidão. Estava aí como perdido num mundo que lhe não fosse fraternal; nenhum silvado encolheria os espinhos para que ele passasse; se gemesse com fome nenhuma árvore, por mais carregada, lhe estenderia o seu fruto na ponta compassiva de um ramo. Depois, em meio da Natureza, ele assistia à súbita e humilhante inutilização de todas as suas faculdades superiores. De que servia, entre plantas e bichos - ser um Gênio ou ser um Santo?

 

Trecho preferido do livro

[Tá aí um trecho que gostei bastante. Não é de hoje que achamos que a grama do vizinho é sempre mais verde.]

 

Desculpa gente, mas essa é a realidade. Tirando o livro Crime e Castigo que foi o único que abandonei no meio da leitura, esse foi o livro mais chato que eu li por livre e espontânea vontade até hoje. São 366 páginas de uma vida na cidade de Paris e nos campos de Portugal. O narrador da história é o personagem Zé Fernandes, que vai passar um tempo com o seu parente Jacinto, famoso aristocrata que vivia em Paris. Até a página 118, NADA, eu disse N-A-D-A aconteceu. Nadica. Tudo era a narração do tédio em que vivia o rico Joaquim, para o qual nada era suficiente e tudo era cansativo. O tédio que ele sentia foi o mesmo que eu senti ao ler o livro. Na página 118 eu acreditei que finalmente algo de interessante ia acontecer na vida daquela gente, e aconteceu, por duas páginas, e tudo voltou à chatíssima normalidade. Até os fatos que deveriam ser engraçados conseguem ser enfadonhos. Sabe quando o mau humor de alguém contagia? Então, o tédio também. Se era essa a intenção do autor, ele conseguiu...

 

Na página 185 temos a mudança de cenário, os personagens partem de Paris para Tormes, nos campos de Portugal. Por um tempo a coisa começa a ficar animada, os preparativos para a mudança e uma desaventura que eu não esperava que fosse acontecer. Onde os resmungos de Joaquim conseguiram me irritar de verdade. Eita sujeitinho cansativo. Bom, mas é no campo que toda a chatice de Jacinto se desfaz. Zé Fernandes volta a Paris e percebe o quanto a vida na cidade é vazia e todos são apenas personagens. A pureza está no campo e é para lá que ele volta. Acredito que só percebemos essa lição com a mudança para o campo, mas demorou muito para se chegar até lá. As questões do que realmente traz a felicidade e de como na simplicidade aprendemos a enxergar a verdadeira essência de tudo é real, mas acredito que podemos encontrar obras que nos mostrem isso de maneira mais atrativa.

Notas de rodapé do livro A Cidade e as Serras

[São tantas palavras difíceis que metade das páginas tem notas de rodapé.]

 

Se quiserem ler Eça de Queiroz, recomendo as obras O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio, que possuem histórias com mais acontecimentos e mais dinâmicas.

 

Para quem quiser ler as resenhas de outros livros clássicos:

Helena - Machado de Assis

O cortiço - Aluísio Azevedo

Amor de perdição - Camilo Castelo Branco

Memórias de um sargento de milícias - Manuel Antônio de Almeida

 

A Cidade e as Serras - Eça de Queirós - 366 páginas - Editora Babel

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